Os primeiros kibutzim foram criados pelos pioneiros judeus que habitavam o recém-criado Estado de Israel, com uma proposta de compartilhamento e de subsistência que vem se perdendo ao longo dos tempos.
Essa foi uma das questões levantadas durante o debate sobre o livro recém-lançado O Último Kibutz, realizado na WIZO-SP. O livro teve leitura indicada no Programa Manhattan Connection e crítica favorável na Revista Bravo. O evento contou com a autora, Sabrina Abreu, o professor e cientista político Samuel Feldberg e mediação do jornalista Alberto Mauricio Danon. “Morei durante quase um ano em um kibutz como voluntária e, assim como outros voluntários, eu me apaixonei por Israel”, falou Sabrina.
Quando foi escrita, a obra chegou a ser censurada pela primeira editora, que queria uma visão “mais crítica” em relação a Israel, principalmente na questão palestina. “O livro é um romance de ficção, que não toca na questão do conflito com os palestinos, mas mesmo assim a editora queria a abordagem desse assunto, com uma visão claramente anti-Israel”, explicou Sabrina.
Ao conversar com Samuel Feldberg, ele explicou que isso tinha um nome: censura. Sabrina então mudou para a editora Editora Simonsen e publicou o livro do seu jeito.
Outras questões, como a parcialidade da mídia no Brasil e no mundo em relação a Israel, os conflitos internos entre as várias ramificações da sociedade israelense e, claro, a realidade dos kibutzim hoje, foram alguns dos temas debatidos na noite. “O kibutz dos pioneiros não existe mais, até porque aquela realidade de compartilhamento acontecia mais por necessidade – até porque é mais fácil dividir quando você não tem nada – do que por opção ideológica”, explicou Feldberg. Segundo ele, os novos kibutzim, muitos industrializados, representam a morada de apenas 2% da população israelense.
Ao final, o público tirou dúvidas com os convidados e pode levar o livro autografado pela autora.